quinta-feira, 1 de julho de 2010

Canja de Alho Francês e outros devaneios


Isto dos blogs é muito fácil de criar, mas depois para escrever… not so much! Em primeiro lugar, não tive tempo nenhum até ao final do mês, a tentar entregar tudo a tempo e horas, com o sol a bater nos vidros… E depois, cada vez que tinha uma ideia, pensava “Hmmm… Isto não deve ser interessante para ninguém, não vale a pena…”.
Bom, mas tudo mudou! Entrei de férias (ou melhor, os meus próximos “deadlines” só são em Setembro, portanto posso organizar o meu dia à minha maneira) e, talvez por causa disso, apeteceu-me descrever os meus improvisos de ontem, que deram óptimos resultados.
Ora bem, então depois de entregar os últimos papéis na Faculdade, fui ás compras. O hipermercado estava cheio, não percebi porquê na altura, à quarta às 6 da tarde até nem costuma estar muito mau(eu detesto ir ás compras na altura das enchentes…), mas hoje lembrei-me que devia ser por causa da subida do IVA.
Cá por casa andava-se mal do estômago, pelo que decidi fazer um menu de dieta : canjinha, peixinho e arroz. Nunca aprendi a fazer canja, quando comecei a fazer sozinha, imitei os passos que via a minha mãe a dar. Convém dizer que a canja lá em casa nunca foi a típica canja portuguesa (ou pelo menos como se come em restaurantes e noutras casas), talvez até tenha de ter outro nome, porque não leva os miúdos, aproveita-se a carne da galinha, e é mais amarelinha, não tem aquele cor esbranquiçada.
A canja é super fácil de fazer, o que é óptimo visto ser comida nos dias em que menos apetece sair da cama ou sofá, é só pôr todos os ingredientes na panela, ao lume. O que eu ponho na panela é :
bocados de galinha ou frango com pele – eu sei, eu sei, a canja deve ser feita com galinha, mas é bem mais fácil fazer com coxas ou mesmo aquelas metades de frango para churrasco (sem tempero, claro);
talos de aipo, salsa, cenoura e cebola, cortados aos pedaços (isto é a gosto, costumo pôr uns 3 ou 4 talos e um de cada dos restantes legumes, para 5 ou 6 pedaços de carne),
3 cubos de caldo de galinha e duas folhas de louro. Aproveito para dizer que estes cubos só são usados por mim em último caso, pois não são nada saudáveis. Quando tiver a minha picador, hei-de experimentar fazer uma receita de caldo de galinha concentrado, que já vi num blog e que, na altura, revelarei!
Água até cobrir tudo.
Deixo cozer a carne em lume brando. Depois retiro os pedaços de frango, tiro a pele e desfio. Entretanto, tiro os bocados de cebola e a salsa e ponho massinhas
(os pevides são os meus favoritos) e, no fim, a carne e deixo aquecer, sem ferver, novamente, até a massa estar molezinha.
Bom, ia eu toda contente para comprar os meus legumes, mas vi que não havia nem aipo, nem salsa, nem louro!!! Já estava nervosa por causa dos empurrões e pisadelas que estava a levar de todo o lado, mas acalmei e pensei em susbtitutos : alho francês e alecrim. Quando fui comprar os caldos, decidi experimentar aqueles de que, supostamente, toda a pessoa gosta, devem ser, nem que seja 1% mais saudáveis.
Agora faltava o peixinho. Não o queria cozer, mas não tenho grelhador e não me apetecia estar a grelhar na frigideira e a deixar a sala toda a cheirar a peixe (aqui no “apartamento provisório”, a cozinha e a sala são na mesma divisão e o exaustor deve estar exausto, porque nunca funcionou muito bem). Lembrei-me de ter passado por um stand com coisas para churrasco à entrada do hipermercado e fui lá ver se tinham algo que me resolvia o problema. E encontrei(!!), trouxe uma daquelas grelhas que entalam a comida e se põe por cima das brasas. Quando foi altura de grelhar o peixe, entalei-o na grelha, temperei só com sal e pimenta, equilibrei a grelha por cima de um pirex com àgua e forno com ele, saiu tostadinho. Para acompanhar foi só cozer arroz com um bocado de sal e dois dentes de alho inteiros, descascados. Entretanto, também já tinha feito a canja e saiu óptima! Tão mas tão boa que o namorado já pediu para alterar a receita base e usar sempre alho francês e alecrim em vez de aipo e salsa. Os caldos de galinha não sei se ajudaram, mas por via de dúvidas vou usar destes (também pus 3 e tive de pôr um bocado de sal).
Agora, o último devaneio (finalmente), quando cheguei à caixa fiquei verde só de pensar em ter de carregar uns 4 sacos (não me fiquei pelos ingredientes para o jantar, obviamente) até ao carro, mais o garrafão e mais umas tigelas que tinha comprado (para comer a canja, o “apartamento provisório” só tinha 2 pratos de sopa, um dos quais se partiu há pouco tempo). Mas os deuses deviam estar com pena de mim (ou antes, os especialistas em marketing aconselharam os donos dos hipermercados a pôr stands com sacos reutilizáveis perto das caixas registadoras) e puseram-me a frente um saco preto, com umas flores, gigante, que eu prontamente coloquei em primeiro lugar no tapete rolante e usei para empacotar tudo. E mais houvesse, mais cabia! Claro que ficou pesado, mas foi só pôr ao ombro e fica bastante mais prático e cómodo do que levar 4 ou 5 sacos a cortar as mãos e olhar constantemente para trás a ver se um deles rompeu e começou a despejar tudo pelo chão. Agora “o meu saquinho pretinho das florezinhas coloridas que eu vi numa caixa registadora ao pé de mim” vai andar sempre comigo para todo o lado e desta vez a promessa é para valer.
Bom, acabei. Nunca pensei em fazer posts tão grandes, mas as melhores coisas acontecem quando improvisamos e nos deixamos levar, e a canja é bom exemplo disso, portanto não me vou preocupar. Só espero é que não apanhem seca e fiquem a ler até ao fim 

3 comentários:

Papgena Made It disse...

Eu li até ao fim!!! ;)
obrigada por passares pelo meu cantinho e deixares as tuas ideias!!
Parece que ficou tudo delicioso mas, olha que os caldos já têm sal, se puseres mais sal, é capaz de ser sal a mais...

Sabi disse...

Pois, eu não costumo por sal, mas desta vez, achei que ficou um bocado insosso. Obrigada pela paciência :P

Bricolar e Poupar disse...

Esses saquitos são uma maravilha, levam tudo isso é verdade, haja força para os carregar :)